1958
Áustria
PublicaçãoIdiomas disponíveis
Português
Colaborador
Ícaro Vilaça
Friedensreich Hundertwsser
Hundertwasser (1928-2000) foi um pintor, arquiteto, ecologista e ativista político. Filho de mãe judia e pai ariano, Friedrich Stowasser nasceu em Viena, Áustria, em 15 de dezembro. Sobrevivente do Holocausto junto com a mãe, o artista estudou na Academia de Arte de Viena. Em 1949, adotou o nome artístico de Hundertwasser, numa brincadeira com o significado de seu sobrenome original: Sto em eslavo significa “cem”, adaptando ao alemão passou a se chamar Hundertwasser, ou “cem águas”.
Sua trajetória foi marcada por uma intensa atividade pictórica, realizações no campo da arquitetura – com construções, manifestos anti-racionalistas e ações históricas em defesa de uma visão naturalista do ambiente. Antes que se falasse em sustentabilidade, seus discursos, manifestos e pinturas já sublinhavam a importância da natureza e antecipavam soluções para o futuro do meio ambiente. Hundertwasser dizia que o trabalho de um artista, além de embelezar o mundo, deveria melhorá-lo: "Meu dever é transformar as cidades sem alma, para permitir que os habitantes vivam de novo em harmonia com a natureza".
Hundertwasser se tornou conhecido por seus projetos sem linhas retas (que chamava de instrumento do diabo) e com cores brilhantes, jardins e elementos ornamentais burlescos. Seus famosos telhados cobertos de vegetação protegem o homem e mantêm um estreito diálogo com o meio ambiente. Hundertwasser solicitava para todos o que ele chamava de “direito de janela”, uma reivindicação para que o homem se deixe levar pela criatividade em harmonia com a natureza: "Para mim, o mais importante não é nem a construção nem as paredes, mas sim as janelas, por trás das quais vive gente. A casa é feita de janelas, são elas que a constituem. Quando são adequadas, a casa é perfeita. Há que se começar a erguer um edifício pelas suas janelas, que são a ponte entre o interior e o exterior. Assim como os poros perfuram a epiderme, as janelas atravessam a pele do edifício. As janelas equivalem aos olhos".
Fonte(s) Hundertwasser Architecture: for a more human architecture in harmony with nature. Alemanha: Taschen, 1997. p. 304-309.