1964
Brasil, Minas Gerais
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Português
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Planejamento Urbano
Colaborador
Janaina Chavier Silva
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"Em 1958, com a finalidade de se construir uma vila operária que atendesse às demandas habitacionais e urbanas dos seus futuros funcionários, a Siderúrgica Usiminas seleciona o arquiteto Raphael Hardy Filho para a elaboração do plano urbanístico de Ipatinga.
O plano traçado com os recursos financeiros da própria empresa foi pautado nos fundamentos do urbanismo modernista, identificado nas tipologias adotadas nas residências e na trama urbana elaborada com o fim de direcionar o desenvolvimento futuro e as hierarquias funcionais.
Em 1962, foi inaugurada a indústria e em 21 de abril de 1964, Ipatinga se emancipa do município de Coronel Fabriciano."
Hardy Filho, 1970:
“O urbanismo de hoje ultrapassou a noção que se tinha de ser ele uma estreita e limitada ‘ciência’ dos planos de cidades para chegar a ser aquela de ser ele a ‘arte e a ciência da organização dos espaços’.Chegamos ao urbanismo humano, ao urbanismo destinado a satisfazer às necessidades básicas do ser humano tão bem definidas pela ‘Carta de Atenas’, isto é, as necessidades de habitar, circular, trabalhar e recrear o corpo e o espírito.
Urbanismo, porém, como já disse, não é somente o planejamento de novos bairros ou de novas cidades: é, também, ordenação e previsão. Ele, o urbanismo, é orientador e normativo, portanto .
A formação do núcleo urbano de Ipatinga está atrelada a própria criação da Usiminas, já que antes da implantação da indústria, esta região era apenas um vilarejo com 60 casas e 300 habitantes.
De qualquer forma, mesmo com os defeitos e falhas naturais num empreendimento do vulto deste, a cidade de Ipatinga é válida bastante como uma experiência urbanística num dos rincões deste Brasil.
[...] um complexo de parâmetros ou cânones de medidas adequadamente estabelecidos de forma a permitir e proteger o desenvolvimento da vida e do progresso humanos.”
Prefeitura Municipal de Ipatinga, 1991:
“Condicionada pela localização e layout da planta da siderúrgica, pelo rio Piracicaba e pela EFVM, a cidade é concebida de forma linear, na qual os bairros residenciais são ligados por eficientes vias de circulação que circundam a usina (...)
Dentro de cada bairro, há uma homogeneidade na arquitetura das edificações e na inserção sócio-econômica funcional dos seu habitantes, ou seja, há bairros para os chefes e quadros superiores, para operadores, para mão-de-obra não especializada. O espaço urbano projetado reproduziu, na cidade, as relações funcionais e de poder no âmbito das relações de trabalho.”
Prefeitura Municipal de Ipatinga: Homens em Série: a história de Ipatinga contada por seus próprios personagens. Ipatinga: Prefeitura Municipal de Ipatinga, V1, 1991.